sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cantantes dos Reis-2010- 2


GRUPO DE TEATRO EXPERIMENTAL CAPIXABA
APRESENTA
CANTANTES DOS REIS
TEXTO- DIREÇÃO GERAL:CESAR HUAPAYA
Reis de Boi (Bumba-meu-Boi)1
Foi o primeiro teatro feito pelos negros segundo relatos de Arthur Azevedo. Os negros saiam dos terreiros vestido de catirina, boizinho e doutor.O espetáculo CANTANTES DOS REIS faz parte da pesquisa O ATOR PERFORMER desenvolvida pelo diretor e professor Dr.Cesar Huapaya. CANTANTES DOS REIS, traz todos os elementos populares das práticas performativas em sua encenação; como os personagens dos palhaços das Folias,candomblé, Congo e dos Reis de boi. Como também resgata o respeito à formação do espectador no espaço público. O tema central da peça é a questão da escravidão contemporânea. A montagem é realizada pela maioria de atores negros. A peça começa em um terreiro (espaço circular).com um grupo de candomblé Em nossa encenação resgatamos esse aspecto da história do teatro negro. Convidando os terreiros de candomblé e os grupos de folguedos populares para participarem como performers junto ao grupo de Teatro experimental Capixaba.

Texto:
D-ORIGEM: resgate histórico.
É um espetáculo baseado nos Reis de boi, candomblé, congo e na Folia de Reis do Espírito Santo. A peça conta a história de uma família de camponeses, que são explorados por um coronel. Eles são expulsos de suas terras e o seu filho mais novo virou escravo no carvoeiro do coronel. Os retirantes cantantes vão para cidade no sonho de encontrar o filho e uma vida melhor. Acompanhado de seu boizinho, catirina, mateus, personagens do Reis de boi. A peça desenvolve-se com um grupo de Reis de boi e seus personagens típicos. Usando a mesma estrutura dos Reis, temos o nascimento e ressurreição do Boi. A mãe de santo do candomblé ressuscita o boi. Como nos Reis de Boi na parte narrativa o texto apresenta um episódio de nossa realidade, fazendo uma crítica à escravidão contemporânea. A estética, como as letras e músicas dos folguedos capixabas é presente em todo espetáculo. Personagens e grupos candomblé e do congo estão presentes cantando as músicas dos folguedos capixabas ao vivo.



Reis de Boi:
O bumba-meu-boi é um espetáculo popular que faz parte do ciclo natalino e é apresentado por vezes também no carnaval. Sua denominação varia de acordo com os Estados. Na Amazônia, boi-bumbá; no Ceará, boi surubi ou surubim; no Rio Grande do Norte, boi calemba; em Santa Catarina, boi de mamão; na Paraíba, cavalo marinho. É característico da região Nordeste do Brasil devido às suas músicas e seus personagens e sua origem data do final do século XVII. O espetáculo é representado com o público de pé, formando um círculo. O boi, personagem principal, é feito de uma armação de madeira coberta de pano colorido e enfeitado. Uma pessoa fica dentro do boi, pulando, dançando e avançando sobre o público.
Os personagens do bailado são humanos e animais. Os femininos são representados por homens travestidos. O Capitão é o comandante do espetáculo. Há também Mateus e Catirina, personagens bastante conhecidos que apresentam os bichos, cantam e dançam de forma engraçada, divertindo muito o público. Catirina é uma negra, muito desinibida que em alguns bumbas é a mulher de Mateus. Fazem parte ainda do elenco: Bastião, a pastorinha, a dona do boi, o padre, o doutor, o sacristão, Mané Gostoso, o Fanfarrão, a ema, a burrinha, a cobra, o pinica-pau e ainda os personagens fictícios: o Caipora, o Diabo, o Babau, o morto carregando o vivo e o Jaraguá. O enredo é que não muda em todos os bumbas-meu-boi. O boi da pastorinha se perde e ela sai a sua procura pelos arredores e vai encontrando os vários personagens. No final o boi é sempre morto e ressuscitado, e com a morte dele se canta a seguinte lamentação, muito conhecida de todos.
Nos Espírito Santo O Bumba-meu–boi virou Reis de bois, O Reis-de-boi é o quadro de folclore mais popular da região norte do Estado (São Mateus) exatamente por causa desses bichos apavorantes. ". Os reis, segundo Denise Machado, "é um grande teatro de rua, feito por trabalhadores e camponeses de mãos calejadas." Atrai público, mas geralmente público da mesma condição social dos seus integrantes. Os períodos de sua apresentação vão de 6 de janeiro (Santos Reis) a 3 de fevereiro (São Brás).
“O reis-de-boi é um velho folguedo popular, ainda corrente em São Mateus, Conceição da Barra e outras localidades ao norte do estado. Compõe-se de várias figuras, entre as quais: o boi, personagem principal; pai Francisco, o vaqueiro; e sua mulher Catirina; João Mole, um boneco desengonçado; a cobra, seu Pai, ou vosso Pai e Agaú, um gigante fantasma. Essas são as figuras grotescas que participam da função. Mas, além dessas, há no reis-de-boi, um grupo de marujos, que toca pandeiros e canta, bem como um sanfonista que os acompanha. Todos sob a direção de um mestre. Em Conceição da Barra, este era o senhor José de Carvalho, organizador do reis-de-boi e morador na Bugia, arrabalde da cidade. 2
O reis-de-boi — como se vê do próprio nome — é representado nas festas de Santos Reis, podendo, todavia, repertir-se em louvor de São Sebastião (20 de janeiro) e de Nossa Senhora das Candeias (2 de fevereiro). E porque a festa é de Reis há, como nos ternos e folias do reisado, cantigas e descantes alusivos ao Natal e aos Magos.



CANTANTES DOS REIS TEXTO E ENCENAÇÃO: CESAR HUAPAYA

ELENCO:

Roberto Claudino
Suely Bispo
Amélia Barretto
Carlos Lourenço
David Rodrigues da Rocha

Rejane dos Santos
Rosangela dos Santos
Vitória dos Santos
Bruna Barbiere
Ágatha Huapaya e Valentina Leonel (crianças)
Grupo do candomblé de Angola: Mametu Nkisi (Mãe) Rosangela dos Santos e Ekede Rejane dos Santos

MÚSICOS:
Pandeiro e atabaque:Cesar Huapaya
Acordeom:Bruno Venturim
Bateria: Mario Ruy
Baixo:Paulo Sodré
Ogãs alabê: Bruno. orgã André
BANDA DE CONGO TAMBOR DE JACARENEMA-Marina Sampaio e Dona Dorinha
Casa de Candomblé de Angola de ZAZI
EQUIPE TÉCNICA:
Texto e direção Geral: Cesar Huapaya
Coordenação da pesquisa etnocenológica sobre “As práticas performativas capixabas”: César Huapaya
Pesquisa de imagens: Robyson vilaronga e Priscilla Schimitt
Pesquisa e preparação de expressão vocal: Francisco Oliveira
Pesquisa preparação corporal e coreografia: Danielle Leonel
Figurino: Ana Tereza Huapaya e Regina Schimitt
Confecção de figurinos: Regina Célia Schimitt

Operadoro de som: Júlio Huapaya
Caracterização, maquiagem, cabelos e perucas: Terezinha Haute Coiffure
Cenário e adereços: Ana Tereza
Música tema: Cesar Huapaya
Direção musical e arranjos: Paulo Sodré
Cenotécnico: Roberto Claudino
Contra-regra: Telma Helena
Assistente de Direção: Danielle Leonel
Fotografia: Robyson Vilaronga e Priscilla Schimitt
Direção de produção: Priscilla Schimitt e Júlio Andres Amaro Huapaya
Assistente de produção e antropóloga assistente: Natali Destefani
Produção Executiva: Priscilla Schimitt



O espetáculo será apresentado nas ruas, praças, teatro e centros comunitários. O espetáculo de teatro Cantantes dos Reis é um espetáculo de rua baseado na Folia de Reis, Reis de Boi e congo A peça resgata aspectos de nosso folclore e de personagens populares da cultura capixaba. A divulgação das artes performativas populares e práticas performativas fazem parte do trabalho de pesquisa do diretor Cesar Huapaya.
As apresentações serão desenvolvidas nos seguintes locais: Parque Moscoso, Praça Costa Pereira, São Pedro, Pedra da Cebola,Morro do Alagoano. Todas as 10 apresentações serão gratuitas. O professor e encenador Cesar Huapaya, fará em cada local uma palestra sobre o teatro e as práticas performativas do Reis de boi. Como também um debate sobre a violência e a escravidão contemporânea.

1 Histórico: Existem duas correntes de estudiosos que defendem o surgimento do Bumba meu boi , uma diz que teria nascido de escravos e gente pobre agregados de engenhos e Fazendas ,trabalhadores da roça e de pequenos ofícios das cidades interioranas, por vota das ultimas Décadas do Século XVIII. Sem nenhuma participação feminina pelas circunstâncias sociais da época. Para outros estudiosos, a "mãe" do Bumba meu boi brasileiro está ligada a alguns elementos orientais e europeus do Boi-de-canastra de Portugal, mas sem enredo nem declarações e sim ação lúdica. O bumba-meu-boi é uma das mais ricas manifestações do folclore brasileiro este nome Bumba, uma interjeição onomatopaica que indica estrondo de pancada ou a queda ( bumba-meu-boi: bate! ou chifra, meu boi), ou da nossa cultura popular, é o Folguedo de maior significação estética e Social do Brasil e foi o primeiro a conquistar a simpatia dos indígenas durante a catequese.Tal como ocorre no Brasil não é visto em outro lugar, salvo na África ,para onde imigrantes brasileiros o levaram. Denomina-se no Daomé: Burrinha, com características diferentes da brasileira. A referência escrita mais antiga feita no Brasil sobre o bumba-meu-boi foi feita pelo Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama (1791-1852), no Periódico (jornal) "O Carapuceiro" de 11 de Janeiro de 1840 (Recife).Segundo o dramaturgo Arthur Azevedo o Bumba meu boi foi o primeiro teatro feito pelos negros no Brasil.

2 O reis-de-boi que vimos ali representado assemelha-se aos bumba-meu-boi do norte e do nordeste. Claramente se verifica que a Catirina deve ser a mesma tia Catirina, do bumba baiano e a mãe Catirina do bumba do Maranhão. Mas o ponto de referência mais estreito está no boi — figura central dos dois autos populares. Como nos bumba-meu-boi, o animal do reis-de-boi entra em cena, dança, cabrioleia, dá marradas e, lá pelas tantas, morre.” (Guilherme Santos Neves)

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